O nosso corpo tem um sistema de vasos que carregam as nossas células de defesa (linfa) chamado sistema linfático. O acúmulo da linfa gera o linfedema. Quando uma infecção de garganta ocorre, por exemplo, é comum aparecerem caroços no pescoço. Esses caroços nada mais são que os linfonodos (nódulos do sistema linfático) que estão cheios de células de defesa para combater a infecção e impedir que ela se espalhe pelo corpo.
O que é o linfedema?
É quando esse sistema linfático fica bloqueado e a drenagem de líquido dos membros fica reduzida. O acúmulo de líquido faz um inchaço que pode se tornar crônico e, até mesmo, doloroso.
Muitas pacientes com câncer de mama tem medo de desenvolver o linfedema no membro superior do mesmo lado da mama que está com a doença. O tratamento do câncer de mama muitas vezes envolve cirurgia com ressecção dos linfonodos da axila (esvaziamento axilar) e radioterapia local. Tanto a cirurgia (mastectomia, quadrantectomia, segmentectomia) como a radioterapia podem levar a alteração da drenagem da linfa e causar o linfedema.
Todas as pacientes que fazem cirurgia da mama, retirada dos linfonodos e radioterapia local vão desenvolver linfedema??
NÃO.
A chance de uma paciente com câncer de mama desenvolver linfedema é de 17%.
Alguns fatores estão associados com maior risco de desenvolver o linfedema:
- retirada dos linfonodos axilares: o risco de linfedema é 4 vezes maior se for realizado esvaziamento axilar total, ou seja, retirados todos os linfonodos da axila.
- radioterapia
- obesidade
- infecção pós operatória
- hematoma ou seroma no pós operatório
- uso de taxol (tipo de quimioterapia)
- ganho de peso no pós operatório
Converse com seu mastologista antes da sua cirurgia e lembre-se que é muito importante fazer fisioterapia após o procedimento para evitar, não somente o linfedema, mas também alteração dos movimentos do ombro e do braço.