O QUE É METÁSTASE?
Metástase, por definição, é quando o câncer se espalha além do local onde ele se iniciou (sítio primário). O osso é o terceiro lugar mais comum de metástase, depois do fígado e do pulmão.
As metástases ósseas são os tumores malignos mais comuns dos ossos, sendo que cerca de 70% dos tumores ósseos são metastáticos na sua origem.
QUAL CÂNCER PODE “IR PARA O OSSO”?
Alguns tumores malignos fazem mais metástases para os osso que outros, é o caso do câncer de mama e de próstata, por exemplo, que afetam os ossos em até 75% dos casos na doença mais avançada. O câncer de pulmão, rim e tireóide pode afetar os ossos em aproximadamente 30 a 40% dos casos.
Uma vez que o câncer foi para os ossos, raramente pode ser curado, mas dispomos de tratamentos variados para impedir/ retardar a evolução da doença. O tempo de vida após desenvolver a metástase óssea varia com o tipo de câncer (de 6 meses até vários anos).
QUAL EXAME FAZER PARA IDENTIFICAR A METÁSTASE ?
A lesão óssea só é visível na radiografia simples (raiox) quando mais de 50% do osso já foi envolvido pela doença, por isso, dispomos de outros exames para identificar essas lesões como a cintilografia óssea de corpo total com Tecnécio 99 (marcador) que avalia todo o esqueleto.
COMO TRATAR A METÁSTASE ?
O tratamento da doença óssea é feito em conjunto pelo oncologista clínico, oncologista ortopédico e radioterapeuta.
Já vimos aqui que as fraturas patológicas são muito temidas pelos pacientes com câncer, mas podemos prevenir que aconteçam se estivermos atentos aos sinais e sintomas.
A doença óssea metastática acontece principalmente na coluna, bacia e ossos longos como fêmur e úmero. O principal sintoma é a dor óssea que pode ser de fraca a forte intensidade e aparece normalmente a noite.
Através da análise da radiografia podemos identificar se há risco de fratura dos ossos longos como o fêmur e o úmero. Quando o risco de fratura for iminente podemos realizar uma cirurgia profilática e menos invasiva para evitar futuras complicações.
O envolvimento da coluna é muito comum e pode causar o que chamamos de síndrome da compressão medular. Ou seja, compressão das raízes e estruturas nervosas, causando alteração da força muscular e da sensibilidade (amortecimentos e formigamentos), e, até mesmo, alteração da capacidade de urinar e evacuar.
Em relação ao acometimento dos ossos longos, quando ocorre a fratura patológica, dispomos de endopróteses não convencionais desenvolvidas para o tratamento dos tumores ósseos que nos ajudam a reconstruir o osso o afetado e permitir que o paciente possa desempenhar a função do membro.
O tratamento medicamentoso é feito com medicações por via oral (pela boca), endovenosa (injeções nas veias) ou subcutânea (injeções na pele). A melhor droga para o tratamento de cada caso é escolhida pelo oncologista clínico.
As principais medicações atualmente são os bifosfonados e o denosumab (imunoterapia – anticorpo monoclonal). Ambos atuam para impedir que a destruição óssea continue ocorrendo pelas células tumorais.
A radioterapia é uma ferramenta muito útil no combate a doença óssea metastática, podendo ser usada de forma isolada ou após os procedimentos cirúrgicos e será discutida em outro post.
Na dúvida, procure seu oncologista clínico ou oncologista ortopédico.
É muito importante fazer o acompanhamento, marque sua consulta conosco:
Hospital A.C.Camargo Cancer Center
Hospital São Camilo
Referências:
- GREENSPAN, Adam; JUNDT, Gernot; REMAGEN, Wolfgang. Differential diagnosis in orthopaedic oncology. Lippincott Williams & Wilkins, 2007.
- GOVINDAN, Ramaswamy; DEVITA, Vincent T. (Ed.). DeVita, Hellman, and Rosenberg’s Cancer: Principles & Practice of Oncology Review. Lippincott Williams & Wilkins, 2009.
- ROODMAN, G. David. Mechanisms of bone metastasis. New England Journal of Medicine, v. 350, n. 16, p. 1655-1664, 2004.
- GUISE, Theresa A. et al. Basic mechanisms responsible for osteolytic and osteoblastic bone metastases. Clinical cancer research, v. 12, n. 20, p. 6213s-6216s, 2006.
- MACEDO, Filipa et al. Bone metastases: an overview. Oncology reviews, v. 11, n. 1, 2017.
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